28/09/2009

Zé Duarte não se adaptou ao futebol gaúcho


Zé Duarte chegou ao Internacional em meio à disputa do Campeonato Gaúcho. O Colorado, então treinado por Cláudio Duarte – que em 78 havia sido campeão gaúcho e levado o Inter ao terceiro lugar do Brasileiro – já atravessava má fase desde o início do ano.

José Duarte trabalhou no clube por cerca de 50 dias, sendo demitido após um empate em zero a zero com o Juventude no Beira-Rio, no qual a equipe deixou o campo sob vaias. O empate foi no dia 16 e a demissão no dia 17 de setembro, cinco dias antes da estreia colorada no campeonato brasileiro.

Ainda haveria um Gre-Nal pela última rodada do octogonal. O Internacional foi para campo com comando interino apesar de Ênio Andrade já ter assinado como novo treinador. Com o Grêmio já campeão, o Inter precisava ganhar e torcer por um tropeço do Esportivo de Valdir Espinosa para garantir o vice-campeonato que acabou mesmo nas mãos do time da Serra.

Identificado com o futebol de Campinas em uma época em que Ponte Preta e Guarani formavam uma verdadeira seleção, Zé Duarte foi uma boa aposta que não deu certo. Para o zagueiro Larry, o treinador não conseguiu se adaptar ao futebol do interior gaúcho.

Uma declaração de Zé Duarte à Zero Hora após sua demissão dá conta de que Larry deve ter razão.

- O pior de tudo foi o antifutebol praticado no Interior, sendo o Esportivo de Bento Gonçalves a única exceção. (...) Agora volto para São Paulo e vou descansar. Só aceitarei propostas de times paulistas.

José Duarte iniciou a carreira de técnico nas categorias de base do Guarani, no início dos anos 60. Em 69, colocou a Ponte Preta de volta à primeira divisão do futebol paulista. Treinou diversos clubes do interior de São Paulo, como Saad, Matonense e XV de Jaú, e também grandes clubes do País, como Fluminense, Bahia, Cruzeiro, Santos, além do Internacional.

Um de seus trabalhos de destaque foi treinar a seleção brasileira de futebol feminino em 1996. A equipe tirou quarto lugar. Zé Duarte faleceu em 2004. Era conhecido como “pai dos técnicos” por ajudar vários treinadores em início de carreira.
Reprodução: fac simile de Zero Hora, dia 17/09/2009

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