07/10/2009

Mário Sérgio de volta, trinta anos depois


- Pô, tu ta loco, o Mário é maluco!

- O Mário não é maluco, não. Se vocês cumprirem com ele, ele é um puta profissional. Ele só é maluco quando os caras prometem e não cumprem. Mas podem trazer que eu garanto.

Foi nessa conversa entre Falcão e os dirigentes Marcelo Feijó e Gilberto Medeiros que o capitão convenceu-os a contratar Mário Sérgio, uma espécie de Edmundo de seu tempo.

O carioca Mário Sérgio Pontes de Paiva surgira para o futebol no Vitória da Bahia, conquistando a Bola de Prata de Placar por dois anos consecutivos em 73 e 74, anos em que o clube, até então com pouquíssima projeção nacional, conseguiu ficar entre os dez melhores do País. Depois de passar pelo Fluminense de Rivelino, Botafogo e Rosário Central, desembarcava em Porto Alegre.

Ao contrário do que as escalações tradicionais dizem, Mário Sérgio não jogou de ponteiro-esquerdo em 79. Segundo Falcão, o Internacional jogava com quatro homens de meio, sendo um deles o atual treinador colorado que, quando o time estava com a bola, abria pela esquerda para jogar com Cláudio Mineiro. O ataque era formado por Valdomiro (Chico Espina) e Bira.

No Internacional, Mário Sérgio provaria que Falcão estava certo ao recomendar sua contratação, sendo campeão brasileiro em 79 e repetindo o feito dos tempos de Vitória, ganhando Bola de Prata em 80 e 81.

Mas o começo não foi fácil. Em uma partida contra a Desportiva, já na segunda fase do Brasileiro de 79, Mário fora vaiado pela torcida e seria substituído por Ênio Andrade no intervalo, não fosse uma lesão sentida por João Carlos.

Após a partida, mesmo com goleada colorada, Mário saiu de campo irritado com o que acusou ser uma campanha para jogá-lo contra a torcida. Assim declarou à Zero Hora:

- Se não pararem com esta bobagem, vou resolver a coisa pessoalmente. Homem todo mundo é.

É, Falcão tinha razão. Mas os dirigentes também. O Mário é maluco.


Foto: Mário Sérgio, o 'maluco' em ação contra o Vasco (ClicRBS)

2 comentários:

  1. Excelente trabalho este que vocês estão fazendo.

    Recontar o Campeonato Invicto de 79 serve para mostrar, às novas gerações, a grandeza da História Colorada... ao mesmo tempo em que permite que nós, mais velhos, possamos relembrar aquele incrível time vencedor.

    Parabéns.

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