19/10/2009

Relato 1979: Pagando promessa pelo título

Ulisses B. dos Santos
Eu tinha 10 anos naquele ano e sofri muito ao ver o Inter ficar em terceiro no Gauchão, sem sequer disputar a final e 10 pontos - uma diferença absurda – atrás do filho da Azenha. Lembro que, naquela época, não havia camisetas de times nas ruas, muito menos nas escolas, e não havia as flautas entre alunos.

Lembro de ter ido ao Beira-Rio assistir a Inter 1x1 América-Rj e fui também assistir a Inter 1X1 Palmeiras. Neste jogo, ao seu final, a torcida colorada comemorou o resultado como um título, perguntei ao meu pai: "Pai, se a gente empatou...estamos comemorando o que?", "TAMO NA FINAL, GURI!", disse entusiasmado o meu pai.

Lembro que assisti com o meu pai e o meu irmão na sala de casa ao primeiro jogo das finais e que ficamos apreensivos, com a entrada no time do Chico Espina, no lugar do Valdomiro.

Quando o Chico Espina fez um golaço e, logo após, confirmou a vitória com o segundo gol, meu pai ergueu os braços e bradou:" SEMPRE CONFIEI NESSE GURI!"

Naquela semana, entre as duas partidas da final, eu fui até a igreja perto da minha casa e fiz a promessa: "Se o Inter fosse campeão (isso, fosse...não se falava SAIR campeão!) eu caminharia ajoelhado toda a distância entre a igreja e a minha casa".
Ninguém na minha casa ficou sabendo.

Depois de encerrada a segunda partida, sai de casa, corri a porta da igreja, cai de joelhos e comecei a pagar a promessa.

Enquanto isso, na minha casa, o pessoal começou a se organizar pra sair de carro e festejar o título. Meu pai perguntou: "CADÊ O ULISSES?"

Minha mãe grita do portão: "Venham aqui ver uma coisa!"

Todos chegaram ao portão e ela apontou um ponto ao longe e viram aquele piazinho,ajoelhado, pagando uma promessa feita por um time que tinha no meio de campo BATISTA/JAIR/FALCÃO.

Cheguei em casa, com os joelhos esfolados, ensanguentados. Porém, feliz! Esta foi minha história do TRI CAMPEONATO INVICTO DE 1979.
Essa foi a história do Professor Ulisses, abrindo a sessão Relato 1979.

Um comentário:

  1. "Pai, se a gente empatou...estamos comemorando o que?", "TAMO NA FINAL, GURI!", disse entusiasmado o meu pai.

    husadhudashuasdashudsdahu

    Genial!

    Brigadão pelo relato, Ulisses!

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